terça-feira, 7 de junho de 2016

O caminho da notícia, um pouco sobre o jornal impresso

Uma das grandes revoluções na tecnologia da comunicação foi a invenção da prensa tipográfica. João Batista Perles ressalta que os chineses foram os primeiros a imprimir livros, mas foi o alemão Gutemberg que aperfeiçoou a técnica entre 1438 e 1440, o que possibilitou a produção de livros em uma escala muito maior do que as cópias manuscritas. Assim, os livros saíram nos limites dos mosteiros e se tornaram de acesso mais popular, sendo considerado por autores como Francisco Gutierrez, “A invenção da imprensa acrescenta uma nova dimensão à civilização da escrita. O livro é o primeiro meio de comunicação de massa” (GUTIERREZ, 1978, p. 16), pois, foi o primeiro método viável de disseminação de ideias e informações a partir de uma única fonte.

Esta invenção tem sua importância na quebra de paradigmas, porque os livros ao saírem do claustro vão para as ruas e uma parte da população que terá acesso a eles começaram a interessarem por assuntos públicos como política e ciência e isso foi muito importante para quebrar a hegemonia da Igreja enquanto a única guardiã da verdade. Ainda se considera que a prensa teve atuação tão importante que automatizou a produção de textos e antecipou a Revolução Industrial em 1750 e ainda “a tipografia instituiu a tecnologia moderna de comunicação, visto que, antes, o que tínhamos eram tecnologias primitivas” (Perles, s.d., p. 8).

Perles ainda destaca que o primeiro jornal impresso do mundo foi o Relationen, produzido por Johann Carolus, em 1605 em Estraburgo, região hoje pertencente a França. Já o primeiro jornal brasileiro oficial foi o Correio Brasiliense de 1808, produzido por Hipólito José da Costa. O Correio Brasiliense era impresso em Londres, porque a Coroa Portuguesa proibia a existência de prensas na Colônia. Mas neste mesmo ano a família real veio para o Brasil trazendo nos navios as máquinas que mais tarde dariam origem a Imprensa Régia, que era uma espécie de editora da Coroa de documentos, decretos, livros. Também no mesmo ano foi criada a Gazeta do Rio de Janeiro, jornal que publicava documentos oficiais da corte. Nos anos posteriores foram surgindo outros periódicos.

Neste post iremos saber um pouco mais sobre o passo a passo da notícia. Muitos professores desconhecem este caminho e é pela falta de conhecimento do educador que este meio de comunicação é pouco usado em salas e contudo muito rico em diversidade de noticias. Para usar o periódico enquanto material a ser debatido em sala de aula é importante conhecer a fundo como é feito. Mas vamos ver agora, de forma simples, o caminho da notícia até chegar de manhãzinha em nossa casa, trabalho e bancas.

Pautas; a reunião do editor e dos jornalistas para discutir os principais assuntos e quais matérias serão publicadas. A partir daí os repórteres seguem para as ruas com a pauta na mão a qual fornece informações necessárias para o trabalho.
Reportagem; é todo o trabalho de uma notícia que envolve desde a cobertura dos fatos, interpretação de dados e a redação da matéria.




Edição e paginação; é a definição dos espaços dos textos e ilustrações
Pré-impressão e impressão; onde é feito os fotolitos de cada página do jornal com seu formato e cores. A impressão é feita em gráficas.

Encartagem; ao ser impresso o jornal vem em páginas separadas que são agrupadas de acordo com a sequencia numérica.
Distribuição; depois de pronto o jornal pode ser distribuído para as bancas e assinantes.

No próximo post iremos esclarecer detalhes de como se compõe cada pedacinho do jornal e aprender seus nomes. Assim, fica mais fácil e interessante a sua próxima leitura de um periódico!

Bibliografia
GUITIERREZ. Francisco. Linguagem total: uma pedagogia dos meios de comunicação. SOARES, Wladmir (trad.), São Paulo, Summus, 1978. 106p.
INSTITUTO ALGAR. Uso do jornal em sala de aula. 2014?, 46f.

PERLES. João Batista. Comunicação, fundamentos e história. p.1-17, s.d., Disponível em: <www.bocc.ubi.pt> acesso em 10 de fev. de 2016.

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